Irmãs Nabhan comemoram doze anos de sucesso e se tornam referência em moda e empreendedorismo

As irmãs Fernanda Nabhan Farah e Renata Nabhan Luduvice trabalham juntas naquilo de que mais gostam: moda. Fernanda é formada em Desenho Industrial e Renata, em Marketing e Propaganda. De família tradicional londrinense, desde a infância elas convivem com a rotina do varejo, já que o pai e outros familiares sempre atuaram com lojas de confecção. Hoje, após comemorar 12 anos da loja criada por elas, a Fernanda Nabhan Couture, as irmãs tornaram-se referência do setor fashion.

Conheça um pouco mais dessa história na entrevista a seguir.

Como surgiu a ideia da loja?

(Fernanda) Sempre criei várias peças de roupas para usar. Aos poucos, foi surgindo muito interesse de várias amigas pelas roupas que eu vestia. Então, comecei a confeccionar algumas peças em casa para vender para as amigas. A procura foi crescendo e, a partir disso, eu e a Renata decidimos participar de alguns bazares. No primeiro bazar, vendemos tudo. Depois de vários eventos e alguns problemas, como um roubo de malas de roupas com todas as nossas mercadorias, decidimos abrir um espaço físico. Começamos com uma porta, na Rua Santos. Na primeira semana de inauguração da loja, vendemos todas as peças. Só tínhamos peças autorais. Eu cuidava da produção, modelava, cortava as roupas e levava para uma costureira, enquanto minha irmã cuidava das vendas. Iniciamos com a coleção autoral e, com o passar do tempo, também começamos a oferecer peças de outras confecções. Foi aí que surgiu a ideia de começar a trabalhar com a linha festas, além da casual.

Qual é o segredo para a loja dar tão certo?

Fomos criadas dentro de loja de roupas e dentro de um universo de empreendedores. Sempre ouvimos dos nossos pais, avós e tios que precisávamos estar dentro da loja, sempre cuidando do que é nosso para que desse certo. No início, éramos nós mesmas que abríamos e fechávamos a loja, não tínhamos horário de almoço, nada disso. E o crescimento certamente só ocorreu porque estávamos presentes, junto com as clientes. Ficamos nove anos sem viajar juntas, pois uma ficava no Natal e a outra, no Ano Novo. É muita dedicação e amor pelo que fazemos.

Além disso, tentamos pensar sempre na frente dos outros. Não buscamos copiar nada e sim ser copiadas. Estamos sempre buscando referências, estudando. Saímos na Band News agora em janeiro, devido a esse diferencial; tivemos a ideia de fazer uma live no Instagram, tipo leilão, para vender ao vivo, e deu muito certo. Vendemos 300 peças em uma hora. Nunca vendemos isso na forma presencial. Hoje, várias lojas já fazem as lives para venda, mas, quando fizemos a nossa, ninguém tinha feito ainda. Então, não ficamos em casa sentadas esperando as coisas passarem; estamos sempre buscando soluções para os desafios que surgem. É na dificuldade que nos fortalecemos ainda mais.

Todo ano fazemos uma consultoria em Paris para estarmos sempre à frente do que vai vir. Somos as únicas paranaenses que participam da Paris Fashion Week. Sempre estamos nos desfiles e em grandes eventos de moda para ficarmos antenadas.

O que faz a sociedade dar tão certo?

(Renata) Cada uma cuida de uma área. A Fernanda cuida mais da produção e da criação e eu, das vendas. Isso faz a parceria dar certo.

Como é a maternidade para vocês?

(Fernanda) Nenhuma de nós teve licença maternidade. Com um mês voltamos a trabalhar. Sempre quis ser mãe, era um desejo de menina. Não planejei as duas gravidezes. Aconteceram. Como a gente trabalha muito, sempre buscamos conciliar os compromissos de trabalho com a nossa família, para podermos levá-los. É desafiador, mas tem dado certo.

(Renata) Sempre quis ser mãe. Era completamente apaixonada pelo meu primeiro sobrinho, o Fred. Isso despertou mais ainda o desejo de me tornar mãe. Tinha um pouco de receio de a minha vida mudar muito, de não ser boa, mas só mudou para melhor, mesmo com os desafios.

Qual a maior dificuldade na função mãe?

Saber educar. Nossa maior preocupação é na educação, já que hoje em dia está tudo tão complicado e diferente.

Como conseguem ser empresárias, mães, esposas e manter a beleza e a boa forma?

(Fernanda) Nós duas temos funcionárias que nos ajudam com as crianças, isso contribui muito. Eu tenho agenda e trabalho em cima disso, mas às vezes não dá para seguir. Antes, eu me cobrava muito, mas hoje em dia sou mais leve. Se não der, ok, não me torturo mais. Deixo as coisas fluírem. No fim, dá certo.

Desde o início da pandemia, como conseguiram manter as lojas sem precisar demitir funcionários?

No início, nossa maior preocupação era essa, de precisar demitir. Hoje, temos cerca de 40 funcionários diretos, ou seja, são 40 famílias que dependem desse trabalho. Isso era algo que nos preocupava muito. Mas no fim deu tudo certo, conseguimos inovar, lançamos o e-commerce e estamos confiantes de que a loja vai crescer cada vez mais.

Se pudessem dar uma dica para as mulheres que desejam empreender no mundo da moda, mas têm medo, qual seria?

Faça o que você gosta, pois se não gostar, o negócio não irá para a frente. Você precisa amar e se doar. É muito amor e muita doação para o negócio dar certo.

Por Talita Oriani