Em entrevista exclusiva ao JG, a empresária, modelo e palestrante ressalta sua luta em prol dos direitos das mulheres
Cumprindo uma agenda repleta de compromissos, entre eles palestras no Ministério Público e no Senado Federal, em Brasília, Luiza começou sua trajetória com as pautas femininas em 2016, após entrar para as estatísticas de violência doméstica. Ela denunciou o ex-companheiro e, desde então, transformou sua dor em ativismo. O ícone de moda e beleza, que tem percorrido o país para debater o tema da violência contra a mulher, vai estar pela primeira vez em Londrina para falar sobre empreendedorismo feminino e autonomia financeira.
O evento, idealizado pela SantoPano Store, será dia 5 de outubro, no Centro de Eventos do Aurora Shopping. Ao lado de Luiza Brunet estarão Aneli Dekker, doutora em bioquímica, criadora do produto Beta Glucan; Flávia Cunha, terapeuta e mentora de mulheres; Marisol Chiesa, nutricionista, empresária e coordenadora geral da Cacinp Mulher; Silvia Trosdolf Aidar, advogada especialista em consultoria jurídica empresarial; Vanessa Vanzo Sabec, especialista em harmonização facial e lifting de pescoço.
Confira a seguir a entrevista dada ao Jornal da Gleba.
Como surgiu a ideia de se tornar palestrante?
De certa forma, desde 1980, sempre tive comunicação com o público na carreira de modelo, por meio de entrevistas grandes e com conteúdo em programas de televisão. Tornei-me palestrante por conta da pauta que abracei, que é a da violência doméstica. Fui me especializando na pauta feminina e a violência doméstica é a ponta de um iceberg; é uma pauta extensa, profunda, com diversos assuntos que contextualizam a violência e a violação dos direitos humanos.
A palestra que dará em Londrina será sobre empreendedorismo feminino; conte-nos um pouco sobre sua história nessa área…
É um prazer dividir um pouco da minha história com vocês e falar sobre um assunto que considero tão importante como o empreendedorismo feminino no Brasil. Quase 65% das mulheres são mães solo, são mulheres que trabalham individualmente para sustentar e educar seus filhos.
Vou falar um pouco de mim, sobre a minha história de vida, onde eu nasci – que foi na roça, no Mato Grosso do Sul –, onde eu morei no subúrbio do Rio de Janeiro, sobre o abuso sexual que sofri na infância, e as diversas dificuldades que passei ao longo da minha vida. Hoje, estou à frente da minha própria empresa e estou criando meu instituto para ajudar as mulheres de diversas formas, inclusive a empreender.
Qual a maior dificuldade para a mulher que deseja ter o próprio negócio?
As dificuldades são muitas, mas é preciso fazer cursos para obter capacitação e saber fazer a gestão do seu próprio negócio. Falo isso porque sou embaixadora do SEBRAE, do programa de empreendedorismo feminino para as mulheres, e muitas delas acabam não começando ou até mesmo não evoluindo por falta de capacitação.
Quais são seus projetos futuros?
Os projetos estão sempre ligados à causa da mulher; hoje, faço parte do Conselho Feminino da FIESP. Meu desejo é que os homens possam oferecer políticas públicas para as mulheres; além disso, também sou conselheira do Instituto Nós por Elas, que desenvolveu um selo de responsabilidade social destinado justamente a inspirar as empresas a serem amigas das mulheres, podendo promover políticas internas que assegurem um trabalho com dignidade e respeito, podendo realmente promover o empreendedorismo feminino.
Tem algum sonho que ainda não realizou?
Acho que o sonho nos mantém vivos; nele, é que considero a impulsão da vida. Todos nós temos sonhos que foram realizados ou que ainda vão se realizar; o meu é falar cada vez mais para as mulheres do Brasil e do mundo todo.
Com relação à violência doméstica, você ainda sofre consequências negativas por ter exposto sua situação pessoal?
A violência doméstica que sofri foi bastante dolorosa. Na época em que fiz minha denúncia, em 2016, sofri muita retaliação do meu ex, além de uma retaliação da sociedade brasileira, tanto das mulheres quanto dos homens.
Hoje em dia, falo com muito orgulho dessa história de vida; sinto-me abraçada pelos brasileiros que moram no Brasil e fora do Brasil. Eu falo: por mais difícil que seja, façam a denúncia dos seus companheiros, mesmo sendo seu marido, pai dos seus filhos, o homem que você ama. A violência doméstica tem de ser rompida na raiz, para a mulher poder seguir a vida de uma forma digna.
O que as mulheres que estarão no evento em Londrina podem esperar de sua palestra?
Podem esperar uma Luiza que fez transição de carreira, uma mulher de origem muito humilde, uma menina que foi criada na roça, uma mulher que conquistou tudo o que conquistou por meio do próprio esforço, mérito e dedicação. Vou compartilhar minha história e dizer para cada mulher que cada uma delas tem uma história muito importante para contar, mas que precisam romper com alguns paradigmas para conseguir ocupar um lugar melhor. Cada uma pode se tornar uma empresária, uma ativista, uma modelo, o que ela quiser, mas, para isso, a gente tem de ter dedicação e responsabilidade.
Para compra de ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/empreendedorismo-feminino-autonomia-financeira/2599629
Mais informações:
Telefone: (43) 3024-3175
Santopano – Rua Caracas, 89
Instagram @_santopanostore