ConGP estuda alternativas para resolver falta de estrutura nos serviços de delivery
Com a pandemia, o número de pessoas que viram no delivery uma oportunidade de trabalho aumentou significativamente, já que a opção se tornou a principal durante períodos de quarentena. Mas o fluxo intenso de trabalhadores nesse ramo trouxe à tona fraquezas desse modelo. Uma delas é a falta de estrutura oferecida pelos estabelecimentos aos motoboys e bikeboys que trabalham com as entregas, e que, muitas vezes, em sua maioria, aguardam pelo preparo do alimento nas ruas e calçadas, do lado de fora dos restaurantes.
A falta de um espaço reservado e específico para receber os entregadores de comida foi levantada por moradores da região da Gleba nos últimos meses, que observam com frequência trabalhadores que ficam esperando por uma chamada, ou até mesmo para que o pedido fique pronto para a retirada e então disponível para entrega no endereço solicitado. Em geral, ficam encostados nas paredes, sentados na beirada das calçadas ou mesmo em pé, em grupos espalhados até mesmo no meio da rua, principalmente nos arredores do Shopping Aurora, além de outros pontos no bairro que geram grande fluxo.
Com a área comercial e de alimentação ficando cada vez mais forte na região da Gleba, moradores e síndicos se uniram e têm procurado o ConGP – Conselho de Condomínios da Gleba Palhano – para pedir medidas visando solucionar essa falta de estrutura e as consequências dela no dia a dia do bairro. Pensando em soluções pontuais, e também que sejam determinantes a longo prazo, Sidnei Amaro, administrativo do ConGP, explicou que o Conselho está colhendo informações para saber qual caminho tomar, para encontrar uma alternativa em que os estabelecimentos ofereçam estrutura mínima aos entregadores.
Uma das ideias em avaliação pelo grupo é a instalação de bancos e coberturas nas calçadas de condomínios que ficam nos arredores desses pontos, como explica Marcus Ginez, presidente do Conselho: “Nosso olhar é de total desprezo do shopping com relação aos trabalhadores de serviços de delivery que atendem a Gleba. O estabelecimento poderia resolver esse problema “abraçando” os entregadores com um espaço, mas isso não foi pensado; por isso, estamos propondo soluções para avaliar como contribuir com quem está trabalhando.”
Uma das opções foi sugerida pelo comando do 5º Batalhão da Polícia Militar, que vê no vínculo entre moradores e entregadores de delivery uma forma de reforçar a segurança da Gleba: “Lideranças da Gleba podem se alinhar com entregadores com um vínculo de comunicação para identificar e monitorar atividades suspeitas, aliados à polícia, visando garantir a segurança. Isso também coíbe oportunistas que se aproveitam de situações para cometer assaltos de pequeno porte, auxiliando no policiamento ostensivo que já está sendo realizado nos principais eixos da cidade, e que contempla a Gleba Palhano, com viaturas espalhadas em patrulhamento”, afirmou o Coronel Villa.
Por Milene Pascoal